INTRODUÇÃO
A contribuição cultural de
escravos-negros é enorme. Na religião, música, dança típica, alimentação,
língua, temos a influência negra, apesar da repressão que sofreram as suas
manifestações culturais mais cotidianas.
No entanto, essa fundamental
contribuição, ao longo do tempo, não ganhou notoriedade no espaço das
abordagens, discussões curriculares, livros didáticos e programas de formação
de professores. As investigações que realizamos enquanto educadores em História
e geograficamente nos permitem afirmar que, desde a Educação Jesuítica do
Período Colonial (1500/1822), até a Educação Tecnicista predominante na época
da Ditadura Militar (1964/1984) não percebemos a não ser em raríssimos aspectos
uma ênfase dada a História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Em
contrapartida chega a ser triste pensar que um país em que é evidente a
contribuição desses povos precisou-se de uma legislação para que sua História e
cultura sejam articuladas ao ato de ensinar e aprender.
Os horrores da escravidão, a teoria
do branqueamento, o mito da “democracia racial” e a miscigenação vão, de certa
forma, contribuir para consolidação dessas práticas, mas que de acordo com
Moura (1990, p. 25) “não foram suficiente para impedir o protesto negro”. Com
as articulações do Movimento Negro Unificado (1978) ao contexto dos movimentos
sociais que apressaram ou determinaram o declínio da Ditadura Militar o início
destas mudanças torna-se possível. A militância do MNU de acordo com Oliveira (2011,
p.249) inspirados nos “movimentos de descolonização e libertação de Angola e
Moçambique e da luta pelos direitos civis dos afro-americanos nos EUA”, e
incentivada por intelectuais brasileiros de diferentes áreas passa a cobrar dos
poderes constituídos novas atitudes.
O Brasil vivenciou ao longo de sua
formação histórica um intenso e complexo processo de encontros e desencontros
entre diferentes culturas. Na realidade esse processo está em plena ebulição
como já se referiram os autores anteriormente mencionados. Na sociedade
brasileira do século XIX, havia um ambiente favorável ao preconceito racial,
dificultando enormemente a integração do negro. De fato, no Brasil republicano
predominava o ideal de uma sociedade civilizada, que tinha como modelo a cultura
europeia, onde nãohavia a participação senão da raça branca. Este ideal, portanto,
contribuía para a existência de um sentimento contrário aos negros, pardos,
mestiços ou crioulos, sentimento este que se manifestava de várias formas: pela
repressão às suas atividades culturais, pela restrição de acesso a certas
profissões, as "profissões de branco" (profissionais liberais, por
exemplo), também pela restrição de acesso a logradouros públicos, à moradia em
áreas de brancos, à participação política, e muitas outras formas de rejeição
ao negro.
Contra o preconceito e em defesa
dos direitos civis e políticos da população afro-brasileira surgiram jornais,
como A Voz da Raça, O Clarim da Alvorada; clubes sociais negros e, em especial,
a Frente Negra Brasileira, que tendo sido criada em 1931, foi fechada em 1937
pelo Estado Novo.
Precisamos
investigar ensinar e aprender sobre a contribuição afro-indígena nesse
contexto. Sob a perspectiva complexidade no entendimento de Rodrigues (2011, p.
16) é pertinente “se refletir sobre alguns valores que dificilmente são
observadas em sala de aula, tais como: ética, moral, preservação do meio
ambiente, cultura, respeito à multietnicidade, etc.”.
Por conta disso, o presente
projeto é desenvolvido nas Escolas Municipais, junto aos alunos das modalidades
de ensino fundamental, haja vista, as políticas educacionais formuladas a
partir de novos marcos constitucionais têm como diretrizes “a afirmação das
identidades étnicas, a recuperação das memórias históricas, a valorização das
línguas e ciências dos povos indígenas e o acesso aos conhecimentos e
tecnologias relevantes para a sociedade nacional” (BRASIL, 1996, p. 79).
Tem como OBJETIVO
norteador, além de promover a integração entre diferentes disciplinas,
despertar o educando para as diferenças étnicas existentes no Brasil. O que nos
leva à execução de tal projeto, não é apenas a obrigatoriedade das referidas
Leis, mas o desejo de promover a valorização de todas as etnias no contexto
escolar e em nossa comunidade.
O presente projeto
tem o intuito de trabalho à formação do povo brasileiro na perspectiva de
salientar os traços culturais que o povo brasileiro herdou das etnias
afro-indígena dentro da sociedade brasileiro. As contribuições dessas duas etnias na construção do nosso país são inegáveis, mas muito
esquecido pela história ou trabalhado de forma errônea. A discriminação e o preconceito a essas duas
etnias (índio e afro) são visíveis nos livros didáticos e dentro da sociedade
brasileira, onde são marginalizados e relegados ao esquecimento, sendo
abordadas questões apenas em datas específicas, que não conseguem resolver o
problema quanto ao preconceito e nem a discriminação.
Na tentativa de sensibilizar e mudar
esse quadro depreciativo que se formou diante da historia afro e indígena, este
projeto incorpora na grade curricular da Escola de Ensino Fundamental Francisco
Venâncio da silva, uma abordagem sistemática e atividades ao longo do ano
letivo, para despertar o debate e o respeito às devidas etnias.
JUSTIFICATIVA: O povo brasileiro é produto da
miscigenação das três etnias (Branco europeu, índio e afro) que a formaram, mas
que a visão eurocêntrica dominou nossa sociedade relegando e escondendo as
contribuições que os demais povos tiveram em nossa sociedade. Sendo inquestionável
todas as heranças que foram incorporadas a vida dos brasileiros através da
miscigenação e que hoje fazem parte do nosso dia a dia.
Os índios que aqui existiam e os
negro trazidos de vários locais do continente africano, que no contato com o
branco europeu português, deixaram significativas contribuições socioculturais
que foram incorporadas a vida dos brasileiros e pouco reconhecido, seja na
arte, cultura, vocabulário, alimentos e outros inúmeros hábitos, que
enriqueceram o povo brasileiro. Nada mais justo
que reconhecer diante da história a importância que essas duas etnias tiveram
para forma o povo brasileiro com sua inquestionável riqueza e que hoje precisa
uma reflexão sobre essas falta de reconhecimento e o preconceito que sofrem.
Como o evento das leis n° 10.639/03
e n°11.645/08 que são frutos de um processo histórico de lutas que os
movimentos sociais desenvolveram com o objetivo de rever os terrores, mitos,
teorias, visões históricas e mentalidades a respeito dos povos afro-indígenas e
implantadas, de forma impositiva, nos diferentes espaços-tempos de produção de
saberes e subjetividades.
MISSÃO:
Promover o estudo
das relações étnico raciais, da história e cultura africana, afro-brasileira e
indígena na sua escola e no seu município, garantindo a efetividade da lei nº
10.639/2003, ampliada pela lei 11.645/2008.
OBJETIVOS:
Geral
Construir uma
consciência dentro da comunidade escolar interna e externa de respeito de povos
afro-indígenas sensibilizar os alunos contra o preconceito cultural,
Proporcionar momentos de reflexão crítica sobre as contribuições afro-indígena.
Aumentando assim a autoestima dos afro-brasileiros e dos indígenas por meio de
relações mais humanitárias, conscientizando-os de que cada etnia, por meio de
sua cultura, contribui para a formação de um povo único.
Específicos
• Proporcionar aos estudantes e aos educadores do Ensino Fundamental,
através da leitura e de momentos de socialização, conhecimentos sobre a
história dos povos africanos, afrodescendentes e indígenas;
• Combater o racismo e a discriminação, conscientizando e valorizando a
cultura afro-indígena;
• Promover debates sobre a situação dos afro-brasileiros e indígenas no
Brasil hoje;
• Valorizar a cultura local, de matriz africana e indígena através de
apresentações de manifestações culturais;
• Proporcionar a leitura de no mínimo quatro obras ao ano, um livro a
cada bimestre.
• Valorizar a
cultura e os costumes trazidos da África e incorporados à cultura brasileira,
bem como os costumes dos indígenas brasileiros;
• Preservar,
incentivar e valorizar as manifestações culturais dos descendentes da imigração
Africana e dos habitantes brasileiros população indígena;
• Desmistificar ideias e concepções (pré) adquiridas e geralmente
carregadas de sentidos negativos e desvalorativos;
• Efetuar pesquisa visando o conhecimento sobre as diversificadas etnias;
• Construir um novo olhar sobre a história nacional/regional local e
ressaltar a contribuição dos africanos e indígenas na constituição da nação
brasileira;
• Realizar oficinas: práticas de pinturas, música, teatro e escrita da
revistinha Gibiteca; religião, música, alimentação, língua;
• Construção de uma máscara africana;
• Construção e de bonecas africana;
• Construção de Construção;
• Confecção artesanatos africanos e indígenas (colares, brincos e anéis);
• Sensibilizar os professores para importância da valorização da cultura
afro-indígena.
• Mobilização da opinião pública escolar, mediante campanhas, debates e
oficinas.
• Trabalhar a
difusão dos conhecimentos sobre a riqueza sócia cultural africana e indígena na
sociedade brasileira.
METODOLOGIA
Os trabalhos são
realizados sob a égide dos livros do PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA, utilizando a
leitura coletiva que é uma ferramenta muito eficiente no processo de
ensino-aprendizagem, possibilitando um maior engajamento dos alunos e criando
situações de descontração e debate, ainda dramatização de histórias ou leitura
dramatizada são mecanismos poderosos na fixação dos conhecimentos que devem ser
apreendidos. Selecionar jogos, brincadeiras e canções, que remetam às tradições
culturais afro-indígenas, é ótima as estratégias lúdicas para estimular o
interesse e a participação dos
estudantes, garantindo um aprendizado duradouro; Relacionar a realidade
dos docentes com os conteúdos abordados proporciona uma identificação e
reconhecimento das heranças e contribuições dos povos indígenas e africanos em
nossa cultura. Uma exposição de comidas, com músicas e mini palestras
apresentadas pelos alunos é uma opção interessante para mobilizar a turma e
obter aprendizados significativos. Serão feito pesquisas bibliográfica e na
internet, cartazes, com montagem de painéis, encenações teatrais, oficinas de
artes como confecção de bonecas africanas, cartazes, murais e pesquisas,
documentários e representações de dançam africanas e indígenas, As classes
envolvidas trabalharão individualmente debates e temáticas diversificadas para
no momento oportuno socializar. Utilização de vídeos e outros recursos tecnológicos
como a internet para promover pesquisa orientada e conscientização contra o
preconceito sociocultural entre alunos do ensino fundamental II. A comunidade
escolar será convidada a atuar em vários momentos.
Com este PROJETO BALAIO
AFRO-INDIGENA, pretende-se ajudar na integração dos alunos do ensino
fundamental II. Propiciar informações aos alunos, para que assim possamos ter
maior sensibilidade em relação aos problemas discriminatórios enfrentados pelos
negros e indígenas. O que pretendemos é que nossos alunos passem a repudiar
práticas discriminatórias e se conscientizem sobre a necessidade da igualdade
de direitos. Os conteúdos disciplinares serão trabalhados concomitantemente ao
projeto.
Portanto, com este
PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA, esperamos aprender a conhecer e a assimilar a
diversidade cultural que envolve a unificação dos povos. Com credibilidade e
entusiasmo poderemos levar nossos alunos, do ensino fundamental e médio, a
gerenciar novos conhecimentos e a transformá-los em conceitos inovadores. Dessa
forma, acreditamos que os mesmos possam tornar-se agentes transformadores do
meio em que vivemos.
O PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA
será desenvolvido com:
Execução de
atividade prática que deverão norteadas pelos livros do PROJETO BALAIO
AFRO-INDIGENA, utilizando a leitura coletiva que é
uma ferramenta muito eficiente no processo de ensino-aprendizagem,
possibilitando um maior engajamento dos alunos e criando situações de
descontração e debate, ainda dramatização de histórias ou leitura dramatizada
são mecanismos poderosos na fixação dos conhecimentos que devem ser apreendidos
que visa buscar, reservar e disponibilizar fontes que permitam a realização de
aulas e estudos de caráter histórico acerca da cultura afro-brasileira e
indígena na Região Norte. Isso porque, arquivos bibliográficos, mesas de
discussão, vídeos, reportagens, ocuparem lugar de destaque na promoção de ações
educativas;
Selecionar jogos, brincadeiras e canções, que remetam às tradições
culturais afro-indígenas;
Relacionar a realidade dos docentes com os conteúdos abordados pelos
livros do PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA;
Oficinas de objetos artesanais, comidas típicas afro-indígenas;
Estudo da música “Pindorama”, de Sandra Peres e Luiz Tatit. Pelo fato
de a música apresenta o diálogo entre um português e um índio, quando são
narrados fatos e informações históricas relacionadas à chegada dos portugueses
ao Brasil;
Produção da Revista Gibiteca com histórias e relatos de ações
preconceituosas comas etnias afro-indígena;
Canto coral com músicas indígenas e africanas;
Confecção de banner ou folders informativos;
Sensibilização da comunidade escolar e comunitária para a temática, com
palestras;
Aulas teóricas e prática;
Oficina de Músicas e danças típica afro-indígenas;
Operacionalização de documentários com capacitação de alunos, onde
serão produzidos documentários, noticias e informativos a comunidade escolar;
Oficinas de teatro para alunos dos Ensinos Fundamental II;
Culminância na Semana
da Consciência Negra mês de novembro do ano de 2014;
Diversos trabalhos
podem encerrar cada atividade, como teatros, confecção de murais, assembleia,
produção de um documentário informativo, etc... Esta escolha ficará a critério
de cada grupo e realizada na própria escola.
Aulas teóricas e prática;
Oficinas de objetos artesanais, comidas típicas afro-indígenas;
Conforme andamento dos projetos e ações atualizaremos essa postagem com regulamento, textos, documentos, cartazes, fotos e produções de vídeos aulas. Aguarde!!
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