sexta-feira, 23 de maio de 2014

Projeto Balaio Afro-indígena

















INTRODUÇÃO

             A contribuição cultural de escravos-negros é enorme. Na religião, música, dança típica, alimentação, língua, temos a influência negra, apesar da repressão que sofreram as suas manifestações culturais mais cotidianas.

                  No entanto, essa fundamental contribuição, ao longo do tempo, não ganhou notoriedade no espaço das abordagens, discussões curriculares, livros didáticos e programas de formação de professores. As investigações que realizamos enquanto educadores em História e geograficamente nos permitem afirmar que, desde a Educação Jesuítica do Período Colonial (1500/1822), até a Educação Tecnicista predominante na época da Ditadura Militar (1964/1984) não percebemos a não ser em raríssimos aspectos uma ênfase dada a História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Em contrapartida chega a ser triste pensar que um país em que é evidente a contribuição desses povos precisou-se de uma legislação para que sua História e cultura sejam articuladas ao ato de ensinar e aprender.

            Os horrores da escravidão, a teoria do branqueamento, o mito da “democracia racial” e a miscigenação vão, de certa forma, contribuir para consolidação dessas práticas, mas que de acordo com Moura (1990, p. 25) “não foram suficiente para impedir o protesto negro”. Com as articulações do Movimento Negro Unificado (1978) ao contexto dos movimentos sociais que apressaram ou determinaram o declínio da Ditadura Militar o início destas mudanças torna-se possível. A militância do MNU de acordo com Oliveira (2011, p.249) inspirados nos “movimentos de descolonização e libertação de Angola e Moçambique e da luta pelos direitos civis dos afro-americanos nos EUA”, e incentivada por intelectuais brasileiros de diferentes áreas passa a cobrar dos poderes constituídos novas atitudes.

            O Brasil vivenciou ao longo de sua formação histórica um intenso e complexo processo de encontros e desencontros entre diferentes culturas. Na realidade esse processo está em plena ebulição como já se referiram os autores anteriormente mencionados. Na sociedade brasileira do século XIX, havia um ambiente favorável ao preconceito racial, dificultando enormemente a integração do negro. De fato, no Brasil republicano predominava o ideal de uma sociedade civilizada, que tinha como modelo a cultura europeia, onde nãohavia a participação senão da raça branca. Este ideal, portanto, contribuía para a existência de um sentimento contrário aos negros, pardos, mestiços ou crioulos, sentimento este que se manifestava de várias formas: pela repressão às suas atividades culturais, pela restrição de acesso a certas profissões, as "profissões de branco" (profissionais liberais, por exemplo), também pela restrição de acesso a logradouros públicos, à moradia em áreas de brancos, à participação política, e muitas outras formas de rejeição ao negro.

               Contra o preconceito e em defesa dos direitos civis e políticos da população afro-brasileira surgiram jornais, como A Voz da Raça, O Clarim da Alvorada; clubes sociais negros e, em especial, a Frente Negra Brasileira, que tendo sido criada em 1931, foi fechada em 1937 pelo Estado Novo.
Precisamos investigar ensinar e aprender sobre a contribuição afro-indígena nesse contexto. Sob a perspectiva complexidade no entendimento de Rodrigues (2011, p. 16) é pertinente “se refletir sobre alguns valores que dificilmente são observadas em sala de aula, tais como: ética, moral, preservação do meio ambiente, cultura, respeito à multietnicidade, etc.”.

              Por conta disso, o presente projeto é desenvolvido nas Escolas Municipais, junto aos alunos das modalidades de ensino fundamental, haja vista, as políticas educacionais formuladas a partir de novos marcos constitucionais têm como diretrizes “a afirmação das identidades étnicas, a recuperação das memórias históricas, a valorização das línguas e ciências dos povos indígenas e o acesso aos conhecimentos e tecnologias relevantes para a sociedade nacional” (BRASIL, 1996, p. 79).

          Tem como OBJETIVO norteador, além de promover a integração entre diferentes disciplinas, despertar o educando para as diferenças étnicas existentes no Brasil. O que nos leva à execução de tal projeto, não é apenas a obrigatoriedade das referidas Leis, mas o desejo de promover a valorização de todas as etnias no contexto escolar e em nossa comunidade.

          O presente projeto tem o intuito de trabalho à formação do povo brasileiro na perspectiva de salientar os traços culturais que o povo brasileiro herdou das etnias afro-indígena dentro da sociedade brasileiro. As contribuições dessas duas etnias na construção do nosso país são inegáveis, mas muito esquecido pela história ou trabalhado de forma errônea.  A discriminação e o preconceito a essas duas etnias (índio e afro) são visíveis nos livros didáticos e dentro da sociedade brasileira, onde são marginalizados e relegados ao esquecimento, sendo abordadas questões apenas em datas específicas, que não conseguem resolver o problema quanto ao preconceito e nem a discriminação.

           Na tentativa de sensibilizar e mudar esse quadro depreciativo que se formou diante da historia afro e indígena, este projeto incorpora na grade curricular da Escola de Ensino Fundamental Francisco Venâncio da silva, uma abordagem sistemática e atividades ao longo do ano letivo, para despertar o debate e o respeito às devidas etnias.

JUSTIFICATIVA: O povo brasileiro é produto da miscigenação das três etnias (Branco europeu, índio e afro) que a formaram, mas que a visão eurocêntrica dominou nossa sociedade relegando e escondendo as contribuições que os demais povos tiveram em nossa sociedade. Sendo inquestionável todas as heranças que foram incorporadas a vida dos brasileiros através da miscigenação e que hoje fazem parte do nosso dia a dia.

            Os índios que aqui existiam e os negro trazidos de vários locais do continente africano, que no contato com o branco europeu português, deixaram significativas contribuições socioculturais que foram incorporadas a vida dos brasileiros e pouco reconhecido, seja na arte, cultura, vocabulário, alimentos e outros inúmeros hábitos, que enriqueceram o povo brasileiro. Nada mais justo que reconhecer diante da história a importância que essas duas etnias tiveram para forma o povo brasileiro com sua inquestionável riqueza e que hoje precisa uma reflexão sobre essas falta de reconhecimento e o preconceito que sofrem.

           Como o evento das leis n° 10.639/03 e n°11.645/08 que são frutos de um processo histórico de lutas que os movimentos sociais desenvolveram com o objetivo de rever os terrores, mitos, teorias, visões históricas e mentalidades a respeito dos povos afro-indígenas e implantadas, de forma impositiva, nos diferentes espaços-tempos de produção de saberes e subjetividades.

MISSÃO:
Promover o estudo das relações étnico raciais, da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena na sua escola e no seu município, garantindo a efetividade da lei nº 10.639/2003, ampliada pela lei 11.645/2008.

OBJETIVOS:
Geral
Construir uma consciência dentro da comunidade escolar interna e externa de respeito de povos afro-indígenas sensibilizar os alunos contra o preconceito cultural, Proporcionar momentos de reflexão crítica sobre as contribuições afro-indígena. Aumentando assim a autoestima dos afro-brasileiros e dos indígenas por meio de relações mais humanitárias, conscientizando-os de que cada etnia, por meio de sua cultura, contribui para a formação de um povo único.

Específicos
• Proporcionar aos estudantes e aos educadores do Ensino Fundamental, através da leitura e de momentos de socialização, conhecimentos sobre a história dos povos africanos, afrodescendentes e indígenas;
• Combater o racismo e a discriminação, conscientizando e valorizando a cultura afro-indígena;
• Promover debates sobre a situação dos afro-brasileiros e indígenas no Brasil hoje;
• Valorizar a cultura local, de matriz africana e indígena através de apresentações de manifestações culturais;
• Proporcionar a leitura de no mínimo quatro obras ao ano, um livro a cada bimestre.
• Valorizar a cultura e os costumes trazidos da África e incorporados à cultura brasileira, bem como os costumes dos indígenas brasileiros;


• Preservar, incentivar e valorizar as manifestações culturais dos descendentes da imigração Africana e dos habitantes brasileiros população indígena;
• Desmistificar ideias e concepções (pré) adquiridas e geralmente carregadas de sentidos negativos e desvalorativos;
• Efetuar pesquisa visando o conhecimento sobre as diversificadas etnias;
• Construir um novo olhar sobre a história nacional/regional local e ressaltar a contribuição dos africanos e indígenas na constituição da nação brasileira;
• Realizar oficinas: práticas de pinturas, música, teatro e escrita da revistinha Gibiteca; religião, música, alimentação, língua;
• Construção de uma máscara africana;
• Construção e de bonecas africana;
• Construção de Construção;
• Confecção artesanatos africanos e indígenas (colares, brincos e anéis);
• Sensibilizar os professores para importância da valorização da cultura afro-indígena.
• Mobilização da opinião pública escolar, mediante campanhas, debates e oficinas.
• Trabalhar a difusão dos conhecimentos sobre a riqueza sócia cultural africana e indígena na sociedade brasileira.


METODOLOGIA
Os trabalhos são realizados sob a égide dos livros do PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA, utilizando a leitura coletiva que é uma ferramenta muito eficiente no processo de ensino-aprendizagem, possibilitando um maior engajamento dos alunos e criando situações de descontração e debate, ainda dramatização de histórias ou leitura dramatizada são mecanismos poderosos na fixação dos conhecimentos que devem ser apreendidos. Selecionar jogos, brincadeiras e canções, que remetam às tradições culturais afro-indígenas, é ótima as estratégias lúdicas para estimular o interesse e a participação dos
estudantes, garantindo um aprendizado duradouro; Relacionar a realidade dos docentes com os conteúdos abordados proporciona uma identificação e reconhecimento das heranças e contribuições dos povos indígenas e africanos em nossa cultura. Uma exposição de comidas, com músicas e mini palestras apresentadas pelos alunos é uma opção interessante para mobilizar a turma e obter aprendizados significativos. Serão feito pesquisas bibliográfica e na internet, cartazes, com montagem de painéis, encenações teatrais, oficinas de artes como confecção de bonecas africanas, cartazes, murais e pesquisas, documentários e representações de dançam africanas e indígenas, As classes envolvidas trabalharão individualmente debates e temáticas diversificadas para no momento oportuno socializar. Utilização de vídeos e outros recursos tecnológicos como a internet para promover pesquisa orientada e conscientização contra o preconceito sociocultural entre alunos do ensino fundamental II. A comunidade escolar será convidada a atuar em vários momentos.
              Com este PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA, pretende-se ajudar na integração dos alunos do ensino fundamental II. Propiciar informações aos alunos, para que assim possamos ter maior sensibilidade em relação aos problemas discriminatórios enfrentados pelos negros e indígenas. O que pretendemos é que nossos alunos passem a repudiar práticas discriminatórias e se conscientizem sobre a necessidade da igualdade de direitos. Os conteúdos disciplinares serão trabalhados concomitantemente ao projeto.
Portanto, com este PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA, esperamos aprender a conhecer e a assimilar a diversidade cultural que envolve a unificação dos povos. Com credibilidade e entusiasmo poderemos levar nossos alunos, do ensino fundamental e médio, a gerenciar novos conhecimentos e a transformá-los em conceitos inovadores. Dessa forma, acreditamos que os mesmos possam tornar-se agentes transformadores do meio em que vivemos.

  O PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA será desenvolvido com:
 Execução de atividade prática que deverão norteadas pelos livros do PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA, utilizando a leitura coletiva que é


uma ferramenta muito eficiente no processo de ensino-aprendizagem, possibilitando um maior engajamento dos alunos e criando situações de descontração e debate, ainda dramatização de histórias ou leitura dramatizada são mecanismos poderosos na fixação dos conhecimentos que devem ser apreendidos que visa buscar, reservar e disponibilizar fontes que permitam a realização de aulas e estudos de caráter histórico acerca da cultura afro-brasileira e indígena na Região Norte. Isso porque, arquivos bibliográficos, mesas de discussão, vídeos, reportagens, ocuparem lugar de destaque na promoção de ações educativas;
 Selecionar jogos, brincadeiras e canções, que remetam às tradições culturais afro-indígenas;
 Relacionar a realidade dos docentes com os conteúdos abordados pelos livros do PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA;
 Oficinas de objetos artesanais, comidas típicas afro-indígenas;
 Estudo da música “Pindorama”, de Sandra Peres e Luiz Tatit. Pelo fato de a música apresenta o diálogo entre um português e um índio, quando são narrados fatos e informações históricas relacionadas à chegada dos portugueses ao Brasil;
 Produção da Revista Gibiteca com histórias e relatos de ações preconceituosas comas etnias afro-indígena;
 Canto coral com músicas indígenas e africanas;
 Confecção de banner ou folders informativos;
 Sensibilização da comunidade escolar e comunitária para a temática, com palestras;
 Aulas teóricas e prática;
 Oficina de Músicas e danças típica afro-indígenas;
 Operacionalização de documentários com capacitação de alunos, onde serão produzidos documentários, noticias e informativos a comunidade escolar;
 Oficinas de teatro para alunos dos Ensinos Fundamental II;
 Culminância na Semana da Consciência Negra mês de novembro do ano de 2014;


Diversos trabalhos podem encerrar cada atividade, como teatros, confecção de murais, assembleia, produção de um documentário informativo, etc... Esta escolha ficará a critério de cada grupo e realizada na própria escola. 

 Execução de atividade prática que deverão norteadas pelos livros do PROJETO BALAIO AFRO-INDIGENA Pesquisas sobre as tribos e comunidades quilombolas remanescentes no Brasil.
 Aulas teóricas e prática;
 Oficinas de objetos artesanais, comidas típicas afro-indígenas;






































Conforme andamento dos projetos e ações atualizaremos essa postagem com regulamento, textos, documentos, cartazes, fotos e produções de vídeos aulas.  Aguarde!!

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